Eleitor francês barra extrema direita com recorde de participação nas urnas
- 1 de out. de 2024
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Atualizado: 30 de jan.
Direitos humanos, meio ambiente e inclusão social foram essenciais para derrotar candidatos radicais

As eleições na França surpreenderam muita gente. O partido de extrema direita, que defende ideias contra imigrantes e estrangeiros, estava em primeiro lugar na primeira votação. Mas, na segunda votação, os partidos de centro, de esquerda e os que defendem o meio ambiente se juntaram e conseguiram impedir que a extrema direita chegasse ao poder. Isso não acontecia desde a época em que a Alemanha nazista ocupou a França, durante a Segunda Guerra Mundial.
Muitos franceses foram votar, o maior número em 20 anos. O resultado foi um parlamento dividido, sem um partido tendo a maioria, e uma derrota inesperada da extrema direita.
O partido de esquerda, liderado por Jean-Luc Mélenchon, conseguiu o maior número de lugares no parlamento, mais até que os partidos que apoiam o presidente Emmanuel Macron. Já o partido de extrema direita, liderado por Marine Le Pen, ficou em terceiro lugar.
Agora, Macron e o partido de esquerda precisam conversar para decidir quem vai formar o novo governo. Mélenchon já pediu para o presidente escolher o grupo dele, mas Macron e seus aliados ainda não decidiram se vão deixar a esquerda indicar o primeiro-ministro.
A extrema direita perdeu, mesmo tentando mudar sua imagem e evitando discursos de ódio, uma de suas principais bandeiras. Eles falaram mais sobre economia e qualidade de vida dos franceses. Mas o partido ainda tem propostas polêmicas, como expulsar estrangeiros, limitar certos empregos só para franceses, mudar o que se ensina nas escolas para ser mais nacionalista e ser contra a mistura de culturas.
Algo parecido aconteceu no Brasil em 2022, quando o presidente Jair Bolsonaro, que também é de extrema direita, perdeu a eleição depois de 4 anos no poder. Na França, muita gente foi votar, o que ajudou a derrotar o extremismo. No Brasil, a coalização de partidos de centro e de esquerda foi importante para Lula ganhar no segundo turno.
Nos dois países, os eleitores que se preocupam com direitos humanos, meio ambiente e inclusão social foram essenciais para derrotar candidatos radicais. As alianças entre partidos diferentes foram fundamentais para defender a democracia e rejeitar a extrema-direita.
Várias manifestações contra a extrema-direita foram organizadas por associações e sindicatos e ocorreram tanto na capital francesa com em várias cidades do país.
Em Paris, a poucos dias do segundo turno das eleições legislativas, uma destas mobilizações contou com a participação de Raí, ex-craque do PSG que vive na França. O ex-jogador de futebol brasileiro fez um alerta do que poderia acontecer com a França, quando disse que o Brasil viveu um terror de quatro anos com misoginia, homofobia, preconceito, milhares de mortes e muito desmatamento.
“A extrema-direita é o ódio. Se quisermos mudar a nossa realidade, nosso poder de compra, nossa vida, vamos mudar com uma estratégia, um projeto, uma nova política, mas nossos valores fundamentais nunca devem mudar”, discursou em francês.

Foto Reprodução YouTube
Mas o resultado na França também mostra que pode haver dificuldades para governar, o que já acontece no Brasil. O problema é que o parlamento está dividido e o presidente Macron perdeu força. Ele vai precisar construir alianças para ter estabilidade ou escolher um governo técnico até os partidos se entenderem para escolher um primeiro-ministro.
Mesmo perdendo, a extrema direita conseguiu eleger mais políticos no país, aumentando sua força no parlamento. Isso mostra que é preciso continuar lutando contra discursos de ódio e a favor do diálogo, da moderação e de políticas para melhorar a vida das pessoas. Assim, a democracia fica mais forte na França e em outros países que enfrentam desafios parecidos.

Apesar do futuro incerto, parece que a França, que é conhecida por defender a liberdade, a igualdade e a fraternidade, não quer arriscar com o extremismo, diferente do que aconteceu no Brasil quando foi eleito um presidente de extrema direita.







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